Se, com o "modelo" presente, nem sempre se torna fácil representar a sua identidade numa dúzia de traços, imaginem quando a informação disponível é uma imagem de má qualidade!
...Como captar a essência de uma personalidade, em tais circunstâncias? Sem conseguirmos perceber muito bem se "aquele" nariz é arrebitado ou abatatado? Se "aquele" sorriso é típico do fotografado ou foi esboçado apenas para a foto? (Imagino: «Vá, olha para o telemóvel e sorri, filha! Que é para ficares bem na caricatura!»
Fotos de telemóvel são, quase sempre, de qualidade deplorável.
E, de telemóvel ou de máquina fotográfica, dão-nos quase sempre uma imagem frontal da "vítima". O fotógrafo ignora que o ideal seria fornecer-nos uma foto de perfil e outra com o rosto rodado a três quartos, ambas as posições olhando para o lado esquerdo do fotógrafo.
Este conjunto de pequenos estudantes caracterizava-se por ter, cada um, uma fixação num qualquer dos super-heróis que por aí abundam no imaginário infantil (corrijo: no imaginário comercial...) Nota: a senhora de cima é uma das responsáveis da escola
Ora, nestas circunstâncias em que me pedem que desenhe uma alegoria, tento usar o preceito ético de mencionar o autor da criação de que estou a apropriar-me. Mas é cada vez mais difícil encontrar informação que nos esclareça quem desenhou o quê.
Vejamos: a revista Sábado publicava, há cerca de uma semana, um artigo ligeiro acerca destes novos mitos gráficos. Contava, entre outras, a história de um jovem desenhador que criou a Hello Kity, mas... não referia o nome dele! E omitia mais uns quantos nomes de outras tantas criações gráficas.
O caso é que, hoje em dia, os direitos comerciais sobrepõem-se aos direitos autorais. De tal maneira, que (por exemplo) estes carros em que flagrantemente me "inspirei" para desenhar a caricatura de cima (e a caricatura de baixo) foram "desenhados" por Walt Disney... meio século depois de ele ter morrido!
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